terça-feira, 25 de novembro de 2008

TRABALHO INFANTIL EM SÃO PAULO

O TRABALHO URBANO EM SÃO PAULO NO INÍCIO DO SÉCULO XX

SERENATA ALGÉBRICA
Sem indicação de autor, Jornal a Plebe, 1924

Quem de três tira noventa
A feira só para os ricos
Adivinhem quanto fica? O armazém para os ricaços
Esta conta é que atormenta Se houvesse ao menos uns "bicos"
Que enfeza, que mortifica Tivéssemos quatro braços...
Os probres dos proletários Trabalha-se o dia inteiro,
Neste jogo de estremez À noite cai-se no chão.
Ganham seis mil réis diários Esta vida sem dinheiro
Gastam trezentos por mês [...] Não é de homem, é de cão!
Custa a casa cento e tantos,
O sapato custa trinta
Roupa, nem se sabe quantos
O vendeiro não se finta [...]
A feira só para os ricos
O armazém para os ricaços
Se houvesse ao menos uns "bicos"
Tivéssemos quatro braços...
Trabalha-se o dia inteiro,
À noite cai-se no chão.
Esta vida sem dinheiro
Não é de homem, é de cão!



Esta letra musical de 1924 nos relava a condição dos "pobres dos proletários" que, trabalhando o dia todo, "a noite cai-se no chão", esta letra caracteriza a sociedade paulistana em relação a forma de trabalho da época.
Ao iniciarmos os registros da pesquisa sobre a EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL EM SÃO PAULO, consideramos importante contextualizar esses fatos históricos para que através destes possamos avançar em nossas reflexões e nos posicionar-mos de maneira coerente frente aos fatos atuais.
Verificamos que a predominância de estrangeiros , principalmente imigrantes italianos nos trabalhos da indústria, do comércio e dos bancos é constatada em registros da época. Esses trabalhadores nacionais eram possivelmente, filhos de estrangeiros.
Nestes registros a presença estrangeira aparece como um elemento "civilizador", numa atitude elitista, europeizante e preconceituosa em relação ao trabalhador nacional, principalmente ao ex-escravo. O trabalhador nacional foi preterido e subestimado nos postos de trabalho, sob a alegação de incapacidade física e intelectual.
A organização política e sindical dos trabalhadores através da categoria dos gráficos, principalmente imigrantes italianos, foram responsáveis pela edição de inumeros jornais sindicais que propagavam as idéias socialistas e anarquistas. Através destes, se denunciavam as más condições de trabalho: locais insalubres, longas jornadas de até 16 horas diárias de trabalho, ausência de descanso semanal e de férias e a exploração da mão-de-obra feminina e infantil.

EXPLORAÇÃO EM SÃO PAULO

A Secretaria municipal de Assistência Social lançou um projeto de DIAGNÓSTICO SOBRE O TRABALHO INFANTIL no município de São Paulo, priorizando as aréas com grande concentração de mão-de-obra infantil e aquelas onde se verificam um índice de desenvolvimento social abaixo da média nacional. O público-alcvo são as crianças e adolescentes na faixa etária de 03 a 15 anos.
Prevê ampla divilgação na mídia, visando a sensibilização, mobilização e a participação da comunidade de maneira ativa na erradicação do trabalho infantil com a participação dos pais na discussão a respeito da temática.
Assim, os objetivos é promover um censo no município de São Paulo com crianças e adolescentes inseridos no mercado de trabalho, tendo como objetivo levantar as características socioeconômicas desse público-alvo, visando adeaquar a demanda existente ao PETI, e desenvolver ações integradas para o combate ao trabalho infantil.
Em uma pesquisa feita em 12/06/2007 revelou que estado ocupa o 4º lugar no ranking do Brasil, tem cerca de 210 mil crianças trabalhando. "Existe o trabalho nas ruas e aquele silencioso de crianças no trabalho doméstico, no comércio e na reciclagem", comenta o secretário de Desenvolvimento e Assistência Social da capital, Floriano Pesaro

VEJA AGORA VIDEOS QUE MOSTRAM FLAGRAS DE EXPLORAÇÃO EM SÃO PAULO


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